Mercado de plataformas aéreas atinge maturidade no Brasil

Diferentes setores exploram com eficiência o uso desse equipamento, em benefício da segurança nas operações de elevação de pessoas e materiais

O aumento na realização de obras de construção pesada sempre foi termômetro para as perspectivas sobre vendas de máquinas. No Brasil, essa realidade tem adquirido novas nuances ao longo dos anos, fato que pode ser percebido com a retomada nas vendas a partir de 2018, quando a comercialização de diferentes tipos de equipamentos começou a crescer paulatinamente, independente de acontecerem grandes obras.

Esse é um sinal de amadurecimento por parte do empresariado do ramo da construção, que deixou de ficar refém de um ou dois nichos para trabalhar com máquinas, e também um reflexo da evolução do mercado, que está sabendo explorar melhor a mecanização e as diferentes tecnologias em vários setores da cadeia produtiva, e aumentando a capilaridade dos equipamentos nas áreas da construção civil leve e pesada, movimentação de carga e pessoas, mineração, produção de agregados, no agronegócio e na indústria.

As plataformas de trabalho aéreo podem ser consideradas um bom exemplo para essa premissa. As vendas desses equipamentos nunca estiveram tão altas no Brasil – a previsão para este ano gira em torno de 5980 unidades, retrato da versatilidade de uso desse tipo de máquina em diferentes atividades devido à segurança. O reflexo no aquecimento na demanda pode ser percebido, inclusive, entre as empresas de locação, já que de 90% a 95% delas são vendidas para o rental.

Com frota de plataformas em plena atividade no país, é importante dimensionar adequadamente o modelo utilizado para a aplicação correta, fator determinante para viabilizar uma aplicação eficiente. Embora atendam a uma grande variedade de serviços, uma máquina inapropriada para o serviço pode atrasar ou aumentar os riscos no trabalho.

Peculiaridade de uso

Geralmente, na construção civil as plataformas são usadas quando o tempo de execução do serviço é curto. Mas há situações onde elas são substituídas por andaimes, principalmente quando a quantidade de trabalhadores necessários para uma tarefa ultrapassa a capacidade de carga da plataforma. O uso também se restringe em situações em que se necessita de força na elevação horizontal além do limite suportado e quando o solo onde a atividade será realizada não suporta a pressão exercida pela plataforma.

“As plataformas elétricas são ideais para trabalhar em galpões e locais fechados e normalmente possuem pneus cinzas ou brancos, para não marcar o piso dos locais onde operam. Por sua vez, as plataformas a diesel têm maior altura de alcance que as elétricas, contam com pneus resistentes e apropriados para solo, sendo indicadas para áreas externas”, diferencia Jacques Iazdi, especialista em plataforma de trabalho aéreo, cesta aérea e manipulador telescópico.

De acordo com Jacques, a operação desses equipamentos deve ser feita por pessoa qualificada para o tipo específico utilizado. Isso significa que, se um operador for treinado para trabalhar apenas com plataforma de lança articulada, não pode operar uma plataforma tesoura, nem uma de lança telescópica.

Cuidados diários com o equipamento

Jacques diz que o operador deve adotar procedimentos diários para o expediente com a máquina. “Antes de iniciar o trabalho, deve verificar o nível de óleo diesel e, nos equipamentos elétricos, averiguar o nível de carga da bateria, que deve estar completo. O teste no solo também é essencial nos três modelos, ao ligar a plataforma o operador testa o painel de controle, os comandos de virar, subir, descer, testa o telescópio, verifica trincas, vazamentos de óleo e se todos os procedimentos estão funcionando. Todos esses testes devem ser feitos antes de andar com o equipamento”.

Em situações em que o operador esteja trabalhando no alto e precise locomover a plataforma, a recomendação é abaixar o cesto até uma altura próxima do nível do solo. Esse procedimento é necessário porque, se a plataforma estiver com lança erguida e passar por algum buraco ou pedra, os solavancos serão sentidos no cesto. “O cinto de segurança deve ser tipo paraquedista e preso a um ponto seguro especificado no manual de operações do equipamento. Algumas pessoas o prendem na grade do cesto, mas isso é incorreto, porque ela pode se romper caso ocorra algum acidente a pessoa será projetada para fora”, diz Jacques.

Versatilidade

Utilizadas numa grande variedade de funções, as plataformas elevam pessoas e ferramentas para fazer serviços em altura, como eletricidade, pintura, soldagem, serralheria, limpeza, montagem e manutenção de estruturas, entre outras atividades. Essas máquinas são fabricadas em três tipos, para atender a diferentes necessidades: tesouras, lanças articuladas e lanças telescópicas.

As plataformas tesouras são apropriadas para trabalhar em ambientes internos, como galpões, armazéns e locais se precisa de pouco alcance e altura, mas ampla área de trabalho e capacidade de elevação. As plataformas de lança articulada são indicadas para acessar locais sobre obstáculos e pontos difíceis, enquanto as de lança telescópica dão possibilidade de acesso direto e rápido a um ponto de trabalho.

Recentemente, a Zoomlion lançou uma plataforma articulada elétrica apropriada para trabalhar em terrenos acidentados. A máquina tem capacidade para 250kg, oferece altura de trabalho de 17,8m e alcance horizontal de 9,72m. O modelo ZA16JERT tem tração nas quatro rodas e capacidade de nivelamento de até 24°, com giro não contínuo de 360°.

Por: Santelmo Camilo