Produção de asfalto aumenta no primeiro semestre

Dados da ANP apontam alta de 20% na produção de asfalto no país e isso é um bom sinal para o mercado de rolos compactadores. Veja a importância de selecionar corretamente esse equipamento para aplicação na obra

A realização de obras de pavimentação rodoviária em diferentes regiões brasileiras tem impulsionado um aumento na produção de asfalto do país, em relação ao ano passado.

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que nos primeiros cinco meses de 2023 houve um salto de 20% na produção de asfalto no Brasil, em relação ao mesmo período de 2022. Foram 977,4 mil quilos produzidos até maio, contra 815 mil quilos no ano passado.

Soma-se a isso o melhor resultado da Petrobrás em produção de asfalto alcançado em julho, desde o mês de novembro de 2014. A empresa chegou a 258 mil toneladas de CAP, com destaque para as refinarias Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e a Refinaria Planalto de Paulínea (Replan), em São Paulo.

Esse aumento pode ser visto como termômetro para a grande quantidade de obras de pavimentação que acontece por todo o país, com bom uso não apenas de asfalto, mas principalmente de rolos compactadores. O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção prevê a venda de 2.400 rolos em 2023, um salto de 116% em relação às 1.101 unidades comercializadas no ano passado.

Os números são atraentes e chamam a atenção, principalmente porque essas máquinas têm evoluído consideravelmente para melhorar a produtividade e reduzir os custos operacionais, com destaque para alguns aspectos, como a eficiência de pavimentação. Por exemplo, os equipamentos modernos são capazes de compactar uma maior quantidade de asfalto em menos tempo, aumentando a produtividade e conseguindo otimizar mão-de-obra, utilizando sistemas de automação para otimizar o processo de compactação.

Por isso, ao selecionar o modelo correto de rolo compactador para trabalhar na obra, o primeiro aspecto a ser analisado é o tipo de material a ser compactado – se é solo natural, granular e coesivo ou misturas com aglutinantes, entre elas a mistura asfáltica. Em solos naturais, devem ser utilizados compactadores vibratórios de alta amplitude (+/- 1,8mm) e baixa frequência (+/- 30 hz), com tambor liso para solos granulares, e patas ou estáticos de alta velocidade tipo tamping para coesivos e semi-coesivos.

Já para misturas com aglutinantes e misturas asfálticas são utilizados compactadores vibratórios de baixa amplitude (+/- 0,9mm) e alta frequência (+/- 40hz) lisos em tandem, e monocilíndricos combinados normalmente em conjunto com compactadores estáticos de pneus.

Outros critérios que devem ser analisados são as especificações de compactação das obras, grau de densidade, umidade, plasticidade, limite de gradiente, volume de material a ser compactado e outros especificados para o projeto. De maneira simplificada, com estas especificações é possível definir o porte dos equipamentos indicados, quantidades, espessura das camadas de compactação etc.

Umidade do solo

Informações sobre a umidade ótima do solo, o traço do asfalto, quantidade de betume, tipo de agregados, entre outros fatores, também são fundamentais no momento de selecionar os rolos compactadores. É necessário estabelecer qual o grau de compactação a ser atingido para que o solo ou o asfalto suportem a carga aplicada, principalmente em casos de construção de prédios, estradas, aeroportos, ou passagens de veículos.

Dessa maneira, são importantes dados sobre a espessura da camada compactada, se há restrições de trabalho, construções próximas ou no subsolo, volume de material (solo ou asfalto) e qual o tempo disponível para a execução do trabalho.

Outro fator fundamental: considere os prazos para a conclusão da obra, eficiência de compactação e a frota operacional. De nada adianta o compactador eficiente no trabalho, se a outra frente de máquinas não atender com a agilidade necessária. Os equipamentos de escavação, transporte e espalhamento do material também devem trabalhar num ritmo bem sincronizado. Em asfalto, essa questão é ainda mais premente, porque todos os equipamentos da linha de pavimentação devem operar de forma eficiente e bem sincronizada.

Tambor liso ou de patas?

O kit patas de carneiro é um acessório que pode ser instalado em um cilindro liso para possibilitar o trabalho do rolo compactador em solos coesivos. Enquanto os tambores lisos são indicados para trabalho em solos granulares, ou seja, aqueles onde é possível ver as partículas a olho nu, como areia, brita, cascalho, ou rachão, os tambores com patas são apropriados para compactar solos coesivos, que possuem as partículas tão pequenas, vulgarmente chamada de barro, mas tecnicamente são solos argilosos ou siltosos.

Algumas empresas com compactadores de rolos lisos, no momento de trabalhar material coesivo instalam o kit patas. A vantagem é a versatilidade do cliente com esse acessório, porque o equipamento se torna capaz de compactar coesivos e granulares. Contudo, o equipamento perde em performance em comparação a um rolo patas. Por exemplo, em um rolo de 10 toneladas liso, quando se aplica um kit pé de carneiro, adiciona-se quase 1,5 toneladas no cilindro.

Alguns fabricantes realizaram testes, onde se percebeu perdas de 15% a 20% de produtividade de um equipamento liso com kit patas, em relação ao equipamento patas.

Por possuir um cilindro mais pesado que o liso, o rolo pé de carneiro apresenta força centrífuga maior, por isso os fabricantes recomendam que as empresas com obras de grande volume utilizem compactadores de patas. Por sua vez, quem realizar operações menores, em locais diferentes e com materiais diferentes, o kit patas poder ser a melhor opção.

Por: Santelmo Camilo