Operação com plataformas exige atenção especial com segurança

Em 2022, as vendas de plataformas de trabalho aéreo subiram 94% no Brasil, gerando a necessidade de haver cada vez mais mão de obra qualificada para evitar acidentes

O aumento expressivo do uso de Plataformas de Trabalho Aéreo (PTA) em diversos setores brasileiros eleva as questões de segurança no trabalho a patamares importantes. Essas máquinas têm sido empregadas em uma variedade de tarefas, como manutenção de prédios, pintura, limpeza, instalação de estruturas, entre outras, e no ano passado tiveram vendas surpreendentes, com alta de 94% em relação ao ano anterior. Foram 4.500 unidades comercializadas, de acordo com o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos.

Além disso, a elevada quantidade de plataformas adquiridas atualmente por empresas de rental é um dos indicadores de que a demanda por essas máquinas no varejo está aquecida: de 90% a 95% delas são vendidas para locadoras, segundo informa Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema. Vale destacar que 60% do público visitante da M&T EXPO está a procura de equipamentos de elevação de cargas.

Quanto mais utilizadas, mais relevante deve ser a preocupação com o treinamento e a segurança no trabalho com esses equipamentos, pois as consequências de um acidente podem ser graves ou fatais. A International Powered Access Federation (IPAF), organismo responsável pela segurança nas operações com PTAs, enfatiza de forma recorrente que a falta de treinamento adequado é uma das principais causas de acidentes com esses equipamentos.

Entre as principais ocorrências associadas ao uso de PTAs estão:

  1. Queda: os trabalhadores podem cair da plataforma ou da própria estrutura em que a PTA está apoiada. Por isso é essencial o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) adequados, como cintos de segurança e sistemas de retenção, para minimizar o risco de queda.
  2. Colisão: as plataformas podem entrar em contato com objetos, estruturas ou pessoas durante o uso, causando ferimentos graves ou danos à propriedade. É importante que os operadores estejam cientes do ambiente ao redor da máquina e usem os controles da PTA de forma cuidadosa para evitar colisões.
  3. Risco de eletrocussão: elas são frequentemente usadas em áreas próximas a fios elétricos ou outras fontes de eletricidade, o que pode representar risco de eletrocussão para os trabalhadores. Por isso, devem ser mantidas longe de fios e redes elétricas durante o uso, e que os trabalhadores sejam treinados em medidas de segurança.
  4. Capotamento: as plataformas podem capotar se trabalharem de forma inadequada ou se a carga estiver mal distribuída. Os operadores precisam estar cientes dos limites de peso, capacidade e seguir as instruções de segurança do fabricante.
  5. Esmagamento: se houver descuido, os operadores podem ficar presos ou ser esmagados entre a plataforma e outras estruturas, como paredes, pisos ou tetos. Por isso, é importante que os trabalhadores sejam treinados para evitar esse tipo de acidente, além de usarem proteções de segurança, como barreiras laterais, quando apropriado.
  6. Intoxicação: assim como outros equipamentos, as plataformas podem ser movidas a gás, diesel ou eletricidade, e os trabalhadores não devem ficar expostos a gases de escape, fumaça ou outros produtos químicos. Por isso, as máquinas a combustão são recomendadas para áreas externas e ventiladas.

Cuidados essenciais no trabalho com plataformas

Para minimizar a probabilidade de riscos, alguns cuidados são observados no trabalho com plataformas de trabalho aéreo, a começar pela seleção do tipo ou modelo de máquina adequada e as inspeções recorrentes. “É importante escolher a PTA correta para a tarefa em questão, levando em consideração a altura de trabalho e a capacidade de carga”, exemplifica o especialista Jacques Iazdi, autor do livro Plataformas Elevatórias Móveis de Trabalho de A a Z.

Antes de iniciar o expediente, é necessário também realizar uma inspeção para verificar se ela está em boas condições de uso, averiguar freios, controles, cabos, eixo de direção, pneus, sistema hidráulico e elétrico, entre outros pontos. Todos os operadores de PTA devem passar por treinamento adequado para o tipo de plataforma que vão operar, incluindo segurança, manutenção e operação do equipamento.

Além dos EPIs obrigatórios para os operadores, como capacetes, cintos de segurança e calçados com solados antiderrapantes, a área de trabalho por onde a plataforma se movimenta deve ser segura, livre de obstáculos, e que as pessoas que não estão envolvidas na operação permaneçam afastadas.

Por: Santelmo Camilo