Brasil tem quase 100 GW em projetos outorgados de energia solar

O total leva em consideração a soma das usinas em operação, das que estão em processo de construção e dos projetos que aguardam o início das obras

Os projetos de geração de energia solar têm ganhado espaço considerável no Brasil, fazendo com que a capacidade fotovoltaica se aproxime dos 100 GW de potência total outorgada, em projetos de geração centralizada. Ao todo, já são 98,2 GW, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Esse montante leva em consideração a soma das usinas em operação, dos empreendimentos que estão em processo de construção e dos que ainda aguardam o início das obras. Atualmente, a grande maioria desse volume (83,9 GW) pertence a projetos que já tiveram as suas outorgas aprovadas junto à Agência, mas que ainda não estão em processo de construção uma vez que os empreendimentos ainda não foram viabilizados economicamente.

O principal fator de influência para o alto volume tem relação direta, não apenas com o crescimento do setor, mas também com a Lei 14.120, que previu regras de transição para o fim do desconto na TUSD e na TUST (Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição e de Transmissão) para as grandes usinas.

Em 2023, várias regiões brasileiras deram andamento a projetos. No início de maio, a prefeitura de Santo André (SP) liberou o início das construções de duas das quatro usinas solares fotovoltaicas planejadas na região. A iniciativa busca promover o desenvolvimento econômico de maneira sustentável, para redução em 30% dos gastos do município com iluminação pública.

Ao todo, serão 8.820 painéis, que reduzirão a emissão de, aproximadamente, quatro toneladas de CO² (Dióxido de Carbono) por ano. Elas produzirão 517.787 kWh (quilowatts-hora) de energia elétrica por mês, o que equivale ao consumo de 2.500 residências. De acordo com a prefeitura, as usinas ficarão prontas em 18 meses

Aumento de 1,8 GW em Minas Gerais

O estado de Minas Gerais deve registrar, neste ano, um aumento de 1,8 gigawatts (GW) na capacidade instalada de geração centralizada de energia solar, segundo a Aneel. Se a estimativa se concretizar, haverá um crescimento de mais de 80% da participação desta fonte na matriz elétrica do Estado.

Atualmente, a potência total operada pelas grandes usinas solares em Minas é de 1,9 GW – quase a mesma capacidade prevista para ser instalada somente em 2023. O estado lidera o ranking nacional, à frente de unidades federativas relevantes na modalidade centralizada, como Piauí (1,4 GW) e Bahia (1,3 GW), segundo mapeamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Vale destacar que em maio do ano passado, a Shell Energy assinou um protocolo de intenções em que prevê investimentos de R$ 7 bilhões na construção de cinco usinas solares, em algumas cidades mineiras como Corinto, Arinos, Brasilândia de Minas, Janaúba e Várzea da Palma.

Energia solar na Bahia

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia divulgou, no mês de maio, dados que mostram o bom cenário do setor de energia solar na região. De acordo com o órgão, 12 municípios baianos possuem usinas solares em operação, três deles com mais projetos e situados no oeste e sudoeste do estado.

Os grandes conjuntos de usinas operam na Bahia desde 2017. Em 2022, o estado encerrou o ano como líder em geração de energia elétrica por meio da fonte solar fotovoltaica, correspondendo a 27% da geração nacional, com base dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O estado baiano tem 47 usinas em operação no mercado livre e regulado, com 1,36 Gigawatts (GW) de potência instalada. Foram investidos R$ 6 bilhões e gerados mais de 40 mil empregos na construção dos empreendimentos em toda cadeia produtiva. Ainda de acordo com a Aneel, outras 25 usinas estão em construção e 299 ainda não iniciadas, juntas elas serão responsáveis pelo investimento de R$ 45 bilhões. A Bahia vai alcançar 14 GW de potência instalada quando os equipamentos estiverem em operação.

Por: Santelmo Camilo