Investimentos em infraestrutura devem chegar a 1,94% do PIB

De acordo com o Ministério dos Transportes, a nova política de concessões rodoviárias ajudará a impulsionar investimentos. Órgão vai publicar cinco editais de licitação de rodovias este ano, que somam R$ 66 bilhões

Os investimentos no setor de infraestrutura em 2023 devem chegar a 1,94% do PIB brasileiro, segundo o levantamento que consta na Carta de Infraestrutura 2023, elaborada pela Inter.B Consultoria Internacional de Negócios. Contudo, a empresa identifica que o percentual necessário para que haja uma modernização nessa área é de 4,2% do PIB durante os próximos 20 anos, e menciona que essa condição apenas será possível se houver aumento de investimento privado.

De acordo com a Agência Infra, a consultoria apresentou uma agenda de procedimentos que ajudem esse objetivo a se concretizar, como tornar o investimento em infraestrutura uma política de Estado, melhorar a segurança jurídica, fortalecer o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como estruturador de projetos e do Programa de Parcerias de Investimentos, estabelecer planejamento de governo com melhores critérios de escolha de investimentos, entre outras ações.

A carta aponta, ainda, que para a projeção de 1,94% do PIB se efetivar, o Ministério dos Transportes deve concluir os projetos anunciados. Para se ter ideia, entre 2018 e 2022, houve um avanço de 0,25 pontos percentuais do PIB nos aportes em infraestrutura no Brasil, chegando a 1,86%.

Concessões devem impulsionar investimentos

De acordo com o Ministério dos Transportes, a nova política de concessões rodoviárias vai impulsionar investimentos, garantir obras e prever tarifas de pedágio mais justas. A proposta contém inovações e boas práticas nas diretrizes e procedimentos de políticas públicas aos novos projetos de parceria privada em rodovias, aproveitando a curva de aprendizado das últimas três décadas, quando começaram as primeiras concessões.

Era necessário otimizar o modelo de concessão de rodovias. Entre outros desafios, a Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário do Ministério dos Transportes detectou baixa performance dos contratos de concessão, demora no processo de relicitação (devolução amigável) e dos novos estudos, além de insatisfação dos usuários com a baixa execução de obras em contrapartida ao valor tarifário calculado/ praticado.

De acordo com o ministro dos transportes, Renan Filho, a parceria entre o setor público e o privado vai destravar projetos significativos nas rodovias. A meta, segundo ele, é proporcionar um transporte rodoviário de qualidade, com tarifas justas e que não afetem a mobilidade dos cidadãos com obras atrasadas e paradas, nem a sustentabilidade das empresas.

O Ministério prevê a publicação de cinco editais de licitação de rodovias neste ano, que somam R$ 66 bilhões entre novos investimentos e despesas operacionais por 30 anos de contrato. As melhorias somam 1.027 quilômetros de duplicações que devem gerar 460 mil empregos diretos, indiretos e efeito-renda. Estão previstos os projetos das Rodovias Integradas Paraná – lotes 1 e 2; BR-040/495/RJ/MG (Rio-BH); BR-381/MG; e BR-040/GO/MG (Rota dos Cristais).

Por: Santelmo Camilo