Construção do Trecho Norte do Rodoanel será retomada, em SP

De acordo com o CBT, os túneis são parte essencial desse projeto devido à preservação ambiental, segurança viária e eficiência de trajeto

As obras do Trecho Norte do Rodoanel de São Paulo serão retomadas após terem sido interrompidas há cinco anos. Essa concessão foi leiloada no mês de março, ao fundo de investimento Via Appia Infraestrutura, pelo valor de R$ 3,4 bilhões. A empresa terá três anos para finalizar as obras, que devem ser entregues no mês de junho de 2026.

Além de permitir o livre tráfego de veículos de grande e pequeno porte, e desafogar o trânsito na Grande São Paulo, a presença dos túneis será fundamental para a preservação da fauna e da flora de regiões importantes do Estado, como o Parque Estadual da Serra da Cantareira, em São Paulo.

A notícia foi positiva especialmente para as empresas do setor tuneleiro, que poderão acompanhar a retomada da construção dos sete túneis duplos que fazem parte do projeto. De acordo com o engenheiro Cássio Abeid Moura, diretor ad hoc do CBT – Comitê Brasileiro de Túneis, eles são parte essencial do projeto devido à sua importância na preservação ambiental, segurança viária  e eficiência do trajeto dos trechos em que serão construídos.

Nesse trecho serão construídos 12km de túneis que passarão pelas cidades de São Paulo, Guarulhos e Arujá. Todos duplos, com três faixas de rolamento e acostamento, cujas dimensões aproximadas são de 20m de diâmetro, 10,5 de altura com secção em rocha da ordem de 200m2.

A experiência de Cássio Moura nesse tipo de obra propicia uma boa experiência na bagagem, o engenheiro atuou no controle e no tratamento de infiltrações dos túneis dos Lotes 2, 3 e 5 do Rodoanel Norte. Dos sete túneis do projeto, dois já estavam finalizados quando as obras foram paralisadas, em 2018. Os demais foram deixados em diferentes fases de execução.

“Alguns foram abandonados sem o revestimento secundário, tornando necessária a contratação de uma empreiteira em caráter emergencial para fazer obras de reforço durante a paralisação”, explica Moura. Outros túneis ainda estavam em fase final de escavação e tiveram o trabalho interrompido.

De acordo com Cássio, o maior desafio será averiguar em qual a real condição dessas obras e que tipo de manutenção elas receberam durante o tempo de paralisação. “Normalmente, quando as obras sofrem interrupção nessa etapa, ocorre uma deterioração nas estruturas, principalmente nas obras de arte. No caso dos túneis, pode haver infiltração, problemas com drenagem e outros de caráter geo-estrutural. Por isso será necessário rever cuidadosamente todas essas obras”, orienta Cássio Moura.

Por: Santelmo Camilo