Engenharia precisa de maior representatividade feminina

Esforços precisam ser intensificados para promover a igualdade de gênero e incentivar mais mulheres a ingressarem em carreiras de engenharia, seja por meio de programas educacionais, campanhas de conscientização e políticas de inclusão

A engenharia brasileira tem notoriedade em conhecimento humano e técnico. Contudo, ainda é necessário avançar numa questão importante de inclusão profissional: a participação feminina. Apesar dos constantes avanços no crescimento da quantidade de mulheres na construção civil, a desigualdade de gênero no setor ainda é bem considerável. Segundo o relatório para o quadro de profissionais elaborado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o número de profissionais ativos cadastrados é de 1.065.143. Desses, apenas 208.148 são mulheres, o que representa 19,54% do total de profissionais.

No Brasil, a baixa representatividade feminina nas áreas de engenharia e equipamentos pode ser atribuída a diferentes fatores, como estereótipos de gênero e ambientes de trabalho não inclusivos. No entanto, esforços são feitos e precisam ser intensificados para promover a igualdade de gênero e incentivar mais mulheres a ingressarem em carreiras de engenharia, seja por meio de programas educacionais, campanhas de conscientização e políticas de inclusão.

De acordo com o Sienge, para aumentar a participação de mulheres nessa profissão, a sociedade como um todo precisa se empenhar e rever alguns conceitos, como incentivá-las desde a infância, melhorar a mentalidade dos contratantes, ter ambientes de trabalho mais saudáveis, incentivar o diálogo entre os times, qualificação e divulgação do trabalho das mulheres.

Essa baixa participação feminina na engenharia não é uma peculiaridade brasileira. Em países europeus, por exemplo, a presença de mulheres nesse setor também é relativamente baixa, embora alguns países tenham se esforçado para aumentar a participação desenvolvendo programas de incentivo, ações afirmativas, políticas de igualdade de gênero e campanhas de conscientização.

Nos Estados Unidos, a representação feminina tem mostrado progresso, embora ainda haja uma disparidade de gênero. As mulheres estão cada vez mais presentes em cursos de engenharia e ocupando posições em empresas do setor. Iniciativas de conscientização e programas de mentoria são desenvolvidos para encorajar e apoiar a participação nessas áreas.

Participação acompanha crescimento do setor da construção

O aumento das mulheres na construção civil tem sido acompanhado pelo próprio crescimento desse setor. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB da construção obteve um crescimento de 9,7% em 2021, aumento que vem demandando uma quantidade maior de profissionais no setor e, com isso, as oportunidades para as mulheres também aumentaram e vêm sendo preenchidas por profissionais cada vez mais qualificadas, tanto nos escritórios de engenharia e arquitetura quanto nos canteiros de obras.

Por: Santelmo Camilo