IoT melhora rentabilidade dos contratos em obras de infraestrutura

IoT melhora rentabilidade dos contratos em obras de infraestrutura

Praticamente todos os fabricantes de máquinas disponibilizam sistemas próprios de monitoramento. O desafio é centralizar a gestão de frotas multimarcas, numa plataforma integrativa

Quando os equipamentos de construção e mineração estão conectados à internet, enviando informações de localização, condições de trabalho e funcionamento, é possível transformar esses dados em informações vitais para o controle de produtividade e custos dentro de uma obra.

Hoje existem máquinas de diversas marcas e modelos, com cada fabricante oferecendo o seu próprio sistema de monitoramento, que enxerga o maquinário como um fim, fazendo parte de uma operação voltada para finalizar determinado projeto.

De acordo com o coordenador de frota da Camargo Corrêa Infra, Jaeder Carriel, solução de Internet das Coisas (IoT em inglês) construtora para monitoramento e gestão de frota, com uso de telemetria, tem garantido a disponibilidade física dos equipamentos em campo, além de controle de produção, redução de consumo e registro automático de horas trabalhadas.

São construtora 242 equipamentos monitorados e 480 operadores capacitados para fazer a interface com essa tecnologia. “No início de cada turno, é realizado o check list de segurança e manutenção, com status dos equipamentos em tempo real sobre informações que possibilitam uma gestão aprimorada e precisa”, descreve.

Jaeder diz que antes da implantação do monitoramento, a construtora não possuía rastreabilidade dos equipamentos e faltava integração entre planejamento e execução, além da dificuldade de se obter informações em tempo hábil para tomadas de decisões. “Hoje, a interconexão digital dos equipamentos com a sala de controle foi capaz de reduzir até 3% no consumo de combustível, melhorar em 5% a disponibilidade mecânica e a taxa de utilização das máquinas”, avalia.

O coordenador de frota observa, inclusive, uma mudança na cultura dos operadores, com melhoria na qualidade das informações transmitidas. A partir do momento em que os profissionais têm ciência de que são monitorados, adotam um padrão de comportamento condizente com o estabelecido pelas normas de trabalho da empresa.

Desafio

O problema é que construtoras e mineradoras estão com uma visão limitada das frentes de obra, pois as tecnologias não entregam as informações integradas para a gestão do dia a dia, nem com um viés gerencial de várias obras.

“Se é impossível centralizar a gestão das máquinas, uma vez que existe uma miscelânea de fabricantes com seus próprios sistemas de monitoramento, é primordial que se busque uma plataforma de gestão capaz de captar informações de localização, saúde e funcionamento de todos os fabricantes”, destaca Vinicius Callegari, cofundador da GaussFleet.

De acordo com ele, é difícil para uma construtora ter apenas uma marca de equipamentos em suas obras. Mesmo que isso ocorresse e ela conseguisse ter o sistema de monitoramento do fabricante para toda a frota, ainda assim sofreria com uma plataforma que enxerga a máquina como fim e não possui o contexto operacional do avanço da obra, regimes de trabalho e medição do contrato.

“Alguns parâmetros que precisam ser avaliados são: disponibilidade e utilização automáticas, sem interação humana; hodômetro e horímetro 100% digital e automático, que inclusive pode ser integrado ao sistema de manutenção; avanço da obra e quanto deve ser pago pelo cliente; possibilidade de realocar máquinas subutilizadas em outras frentes; e controle sobre o processo de CDM”, enumera Callegari.

Por: Santelmo Camilo