Setor energético é o que mais demandará máquinas na Argentina, em 2023

Ano terá investimentos milionários tanto na indústria de hidrocarbonetos quanto na extração de lítio e cobre. No ano passado, demanda por máquinas cresceu e a projeção é que o ritmo se mantenha

O setor energético será um dos mais relevantes para a locação de máquinas na Argentina em 2023. Na indústria de hidrocarbonetos, assim como na extração de lítio e cobre, estão previstos investimentos milionários, o que resultará em uma demanda expressiva por aluguel de equipamentos. Algumas locadoras chegam a estimar que os pedidos aumentarão em 50%.

O diretor de Locação do Grupo San Blas, Luis Rodríguez, informou ao periódico Rio Negro, que o boom energético que começou em 2022 e crescerá em 2023 estão gerando vários pedidos de locação para atender às obras de infraestrutura, ao redor das jazidas no norte e as tarefas de exploração de gás em Vaca Muerta, segunda maior reserva do mundo de gás de xisto e a quarta de petróleo não convencional.

Depois de completar uma produção histórica no local, em 2023 as empresas estão projetando investimentos de cerca de 7,5 bilhões de dólares em formação, 26% em relação ao ano passado, segundo o governador de Neuquén, Omar Gutiérrez. Por sua vez, foram iniciadas as obras do gasoduto Néstor Kirchner e o arranque do projeto Duplicar Plus de Oldelval.

Produção de lítio

Paralelamente, a produção de lítio está em pleno crescimento nas províncias de Jujuy, Salta e Catamarca. Atualmente possui dois projetos em operação comercial: Salar de Olaroz, em Jujuy, da australiana Allkem; e Fénix em Catamarca, da americana Livent.
De acordo com as informações do Rio Negro, há mais três projetos avançados e que preveem um investimento de 1,392 bilhões de dólares em 2023. E mais de 30 projetos nas fases de viabilidade, pré-viabilidade, avaliação econômica preliminar e exploração avançada na região, como Eramine, Galaxy, Exxar, Posco, Mariana e a chinesa Ganfeng Lithium.

As empresas optam pelo aluguel porque tomam a decisão de terceirizar o atendimento, assim como para o start-up, manutenção e busca de peças de reposição para essas máquinas que trabalham em condições muito hostis. Para chegar às bases em Jujuy, é preciso transportar os manipuladores telescópicos e as plataformas de trabalho em altura até 4.000 metros de altura, em estradas muito complicadas, e chegar a uma área com amplitude térmica entre 45 °C e -15 °C.

Luis Rodríguez informou que este ano, com um cenário político de incertezas na Argentina, além de um contexto econômico com altas taxas de juros que desestimulam o investimento em equipamentos, a empresa projeta um aumento da demanda de 50%.

Por: Santelmo Camilo